Após votar na região de Gabu, o Presidente da Guiné-Bissau afirmou respeitar os resultados das eleições, voltou a dizer que todos os deputados devem responder na justiça se forem chamados a tal e advertiu que não vai permitir desordem no país.
Antes, também após exercer o seu direito de voto, em Bissau, o líder da coligação PAI Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, afirmou que quem vai governar é o vencedor das eleições e que não se vai permitir "qualquer brincadeira com a vontade do povo".
Apesar dos discursos de aceitação dos resultados, observadores políticos falam numa "calma tensa", tendo o antigo Presidente moçambicano e chefe da missão de observadores da União Africana, Joaquim Chissano, lembrado na quarta-feira, que na Guiné-Bissau os conflitos sempre aconteceram depois das eleições.
Ele disse que "o país deve andar para a frente".
Na conversa com jornalistas, Umaro Sissoco Embaló, que reiterou que o vencedor formará Governo, advertiu que não vai permitir desordem porque "aqui o King Jong Un é o Presidente", em referência ao ditador da Coreia do Norte, e sublinhou que "Sonkos (opositor senegalês) não pode haver aqui".
"Vou-vos garantir uma coisa [...] que as pessoas saiam à rua. Só peço a Deus que assim seja [e é aí] que vão viver de uma vez por todas em paz. De uma vez por todas. Desordem aqui, não", avisou.
Embaló acrescentou conhecer pessoas que não aceitam os resultados eleitorais, sem dizer quais, mas isso acabou.
"Comigo não acontecerá. O povo irá escolher em consciência e quem for escolhido é quem vai governar", disse o Chefe de Estado.
Instado sobre a afirmação dele, na semana passada, de que não indicará Simões Pereira para primeiro-ministro em caso de vitória da coligação PAI Terra Ranka porque ele tem de responder aos processos movidos contra ele, reiterou que "ninguém está acima da justiça" e que "ninguém pode se esconder atrás da imunidade".
Durante a campanha, a imagem do Presidente foi colada e usada pelo MADEM G-15 tanto nos cartazes como nas músicas e nos comícios.
Pouco mais de 897 mil pessoas estavam registadas para votar, das quais cerca de 36 mil na diáspora, nas sétimas eleições legislativas desde a abertura democrática que vão escolher os 102 deputados da Assembleia Nacional.
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