O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai entregar a Cabo Verde 6,08 milhões de dólares ao abrigo do seu programa de Crédio Alargado, elevando para 36,26 milhões o total da ajuda dada ao arquipélago.
Num comunicado divulgado nesta terça-feira, 9, em Washington, o FMI disse que a organização e as autoridades cabo-verdianas “chegaram a um entendimento técnico sobre as políticas económicas com vista à conclusão da segunda avaliação do programa ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado, o que permitirá desbloquear um financiamento de 6,08 milhões de dólares”.
Uma equipa da instituição financeira chefiada por Justin Tyson esteve na cidade da Praia desde o passado dia 2 até esta terla-feira, 9, para discutir a situação económica do país e o desempenho ao abrigo daquele programa de Facilidade de Crédito Alargado, tendo Tyson afirmado numa declaração que o “desempenho de Cabo Verde no âmbito do programa é robusto”
”A economia recuperou fortemente em 2022, tendo registado um crescimento de 17,7%, o défice primário desceu para 1,9% do PIB, a dívida em relação ao PIB diminuiu, a conta corrente melhorou e as reservas internacionais mantiveram-se em níveis adequados à protecção da indexação ao euro”, afirmou aquele especialista, que acrescentou que “as autoridades ...utilizaram a política monetária e orçamental para apoiar a recuperação e atenuar os efeitos da crise sobre os mais vulneráveis”.
A declaração afirma, no entanto, que deverá haver uma “moderação” do crescimento do PIB este ano para 4,4% e que a inflação deverá ser de 5,2%.
Contudo, o comunciado avisa que “as perspectivas são incertas” porque “o enfraquecimento da procura externa nos principais mercados turísticos de Cabo Verde pode afectar o crescimento, constituindo um risco de abrandamento".
“Novos aumentos dos preços dos combustíveis e dos alimentos podem levar a que mais famílias venham a necessitar de ajuda ao abrigo dos programas de apoio social, aumentando as despesas”, avisa ainda a declaração de Tyson para quem “a incapacidade de prosseguir com as reformas das empresas públicas ou esforços orçamentais insuficientes também poderão levar a um aumento dos riscos orçamentais”.
"Não obstante o contexto mundial conturbado, Cabo Verde continua a fazer bons progressos no seu objectivo de proteger os grupos vulneráveis e promover um crescimento mais elevado e inclusivo”, concluiu a declaração do FMI.
Por seu lado, no seu recente Relatório de Política Monetária, o governador do Banco de Cabo Verde (BCV), Óscar Santos, explicou que o crescimento do PIB deve ser de 4,1%, condicionado "pela desaceleração do crescimento mundial, pelos níveis ainda elevados da inflação, pelo aperto das condições de financiamento, bem como pela retirada gradual das medidas orçamentais implementadas para minimizar os efeitos dos elevados preços da energia e dos produtos alimentares de primeira necessidade".
Já para 2024 a previsão do banco central é que o PIB tenha um crescimento de 5,3% "à medida que os constrangimentos no abastecimento global se dissipem, os preços da energia reduzam proporcionando algum alívio de custos, especialmente para as indústrias de uso intensivo de energia, os rendimentos reais melhorem com a redução da inflação e a procura externa comtinue a se fortalecer".
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