Organizações cívicas e independentistas de Cabinda dizem que as eleições autárquicas, que ainda não foram convocadas, não resolvem o problema político da região.
A implantação das autarquias locais continua a ser reclamada pelos partidos da oposição e pela sociedade civil angolana que entendem ser a melhor forma de partipação dos cidadãos na resolução dos seus próprios problemas.
Mas as sensibilidades de Cabinda, ouvidas pela VOA, nesta segunda-feira, 20, têm um entendimento diferente sobre este assunto.
“Nós recusamos a implantação das autarquias em Cabinda” defende, Jorge Lima, líder dos Democratas de Cabinda (DLC) para quem o problema da região passa pelo diálogo ´aberto e construtivo, visando a auto-determinação, e não pela implantação do poder autárquico”.
“É do conhecimento público que em Cabinda existe um conflito político-militar e o Governo nunca sentou com as forças políticas de Cabinda para discutir esta questão”, afirma Lima.
Por seu turno, o coordenador da Associação Cultural e de Desenvolvimento dos Direitos Humanos de Cabinda, Alexandre Kuanga Nsitu, também diz que as autarquias só servem para descentralizar o poder administrativo do Governo angolano e não da população de Cabinda.
“Elas não servem para nada porque não são matéria que visa resolver o problema político de Cabinda porque é um projecto político adminitrativo”, sustenta aquele líder associativo.
Não totalmente de acordo com as teses defendidas por Alexandre Kuanga e por Jorge Lima, está o responsável da Sociedade Civil Organizada, Clemente Cuilo, que afirma que as autarquias locais podem ser um "primeiro passo” para a resolução do problema do enclave de Cabinda “enquanto se agurdam por soluções maiores”.
“As entidades políticas angolanas deveriam sentar com as entidades políticas de Cabinda no sentido de encontrarem um meio termo que favoreça os dois lados”, afirma Cuilo.
O MPLA disse recentemente que as autarquias estão no plano do partido do Governo, faltando apenas a aprovação pelo Parlamento de uma lei do pacote.
A oposição acusa o Governode falta de vontade por depender apenas dele para avançar com a legislação por ter maioria na Assembleia Nacional.
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