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Empresários alegadamente envolvidos no financiamento de terrorismo abandonam Moçambique


Fachada do edifício destruído, Mocímboa da Praia, Cabo Delgado, Moçambique
Fachada do edifício destruído, Mocímboa da Praia, Cabo Delgado, Moçambique

Dias depois do Presidente da República denunciar o envolvimento de algumas bombas de venda de combustível sedeadas na cidade da Beira, no financiamento do terrorismo já há notícias de fuga de alguns empresários do sector.

Uma das empresas cujos proprietários alegadamente abandonaram o país é a Lake Oil Trans, de capitais tanzanianos.

Na sequência, dezenas de trabalhadores do Lake Oil Trans, uma empresa que explora serviços de abastecimento e transporte de combustível na província de Sofala, vivem momentos de incerteza, devido ao desaparecimento dos seus patrões, que estão na mira das autoridades, por suspeitas de estarem a apoiar actividades ilícitas, que incluem financiamento de terroristas que operam em Cabo Delgado.

Citada pela imprensa moçambicana, um dos trabalhadores disse que o patronato "está em fuga desde segunda-feira passada" o que deixa a massa laboral na incerteza sobre os seus salários.

De acordo informações de fontes oficiais, que não quiseram ser identificadas, a Lake Oil Trans faz parte do "Lake Group" uma sociedade, cujo rosto forte é Ally Awahad, um cidadão de nacionalidade tanzaniana, que explora actividades de bombas de abastecimento na cidade da Beira, Capital de Sofala, e transporte de combustível para os países vizinhos, desde 2016.

Sem citar nomes, o Presidente da República, Filipe Nyusi, denunciou semana finda, o que segundo ele, está por trás da "proliferação" do negócio de bombas de combustível na Beira.

"Temos informações de pessoas que usam esses meios (bombas de gasolina) para subsidiar os terroristas" disse Nyusi, num encontro com representantes dos órgãos do Estado em Sofala.

Numa análise às denúncias de Nyusi, o analista de assuntos internacionais, Muhamad Yassine, questionou a inação do Estado perante tais informações.

Para Yassine: "Se o Serviço de Segurança foi quem aconselhou o Presidente da República a ter aquele pronunciamento, então nós nos questionamos, porquê é que as pessoas não foram retidas antes de deixar o país?”

“E não só, se sabe que as gasolineiras estão envolvidas no branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, o que é que custa cassar a licença dessas pessoas e levá-las à barra da justiça?" questionou Yassine.

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