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Angola: Jornalistas nas províncias “desesperam-se” pelo credenciamento a 48 horas das eleições


Jornalistas angolanos, Benguela
Jornalistas angolanos, Benguela

Profissionais da imprensa dizem estar fora da “festa” da democracia

A dois dias das eleições gerais em Angola, jornalistas em serviço fora da capital, Luanda, ainda correm à procura do credenciamento para a cobertura do pleito, condicionado a supostas ordens superiores na Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Antevendo limitações, profissionais de diferentes órgãos de comunicação social dizem que o cenário é adverso a uma festa da democracia que se quer inclusiva.

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Descentralização de serviços foi ouvida por jornalistas no contacto com programas de Governo ao longo de um mês da campanha que termina nesta segunda-feira, 22.

Agora, é o cenário inverso, a centralização, que está a preocupar profissionais em serviço fora de Luanda, conforme Pedro Tchindele, editor da Rádio Ecclésia de Benguela.

“Já contactámos a CPE, há duas ou três semanas, e a resposta que nos foi dada é que ainda não tinham orientação superior para o credenciamento. Estamos preocupados , não temos resposta plausível, faltando dois dias”, lamenta o jornalista.

Da Huíla, a segunda praça eleitoral do país, chegam declarações de João Katombela, secretário para os assuntos jurídicos do Sindicato dos Jornalistas Angolanos.

“Isto configura um empecilho para a nossa actividade, este credenciamento não acontece a menos de dois dias, por isso ficamos todos perplexos, será que não há interesse na cobertura deste processo que é bastante questionado?”, interroga-se o sindicalista.

Por seu lado, Constantino Eduardo, jornalista do jornal O País, tem um plano B, a carteira profissional, mas nem isso dá garantias, e fala em paradoxo.

“Vou usar este documento para … enfim, tentar convencer as forças de defesa e segurança, sendo certo que será difícil, ninguém sem credenciamento deve chegar às assembleias de voto. Mas há paradoxo, nós temos o dever de informar e a população tem o direito de ser informada”, sustenta Chivela, acrescentando que “estaremos eventualmente a colocar em causa a Constituição da República, a Lei de Imprensa e a Lei Orgânica das Eleições”.

Levantamentos feitos pela VOA indicam que a realidade é semelhante em quase todas as províncias, quando observadores eleitorais vão tomando as suas posições.

Não foi possível, apesar das tentativas, obter a versão do porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, mas fonte da área de comunicação do órgão realça que houve demora dos órgãos de informação na apresentação dos seus jornalistas.

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