O vice-almirante guineense Bubo Na Tchuto está sequestrado, assim como os demais militares detidos após a alegada tentativa de golpe de Estado de 1 de Fevereiro.
A acusação é do advogado dele e de mais 17 militares, Marcelino Intupé que, em conferência de imprensa nesta quinta-feira, 11, em Bissau, afirmou que “as autoridades da Guiné-Bissau estão a desrespeitar as leis" e que não se está perante prisão preventiva.
“A situação está como está porque, de facto, esses militares estão a ser sequestrados. Não estamos perante detenção, não estamos perante prisão preventiva, porque num caso como noutro, estão ultrapassados os prazos legais", acrescentou o advogado, quem revelou ainda que vários militares e civis foram detidos nas celas da Segunda Esquadra em Bissau com base "numa denúncia do Ministério do Interior, formulada num relatório de duas páginas em como estão envolvidos na tentativa de golpe de Estado".
As condições de detenção dos militares também não são boas, segundo Intupé, com celas em risco de desabamento do tecto, por exemplo.
Quanto à saúde dos mesmos "muitos deles estão doentes, fracos e alguns estão a vomitar sangue”.
Marcelino Intupé denunciou ainda o facto de militares terem sido ouvidos nos autos por magistrados do Ministério Público civil que agora querem remeter os processos para o Tribunal Militar, onde, segundo o advogado, foi nomeado um novo presidente "apenas com o propósito de tratar deste caso".
Como a VOA noticiou anteriormente, Intupé revelou que a juíza do caso ordenou a soltura de todos os detidos, mas a ordem não foi cumprida pelo exército.
"Várias decisões judiciais não estejam a ser cumpridas", concluiu.
A 1 de Fevereiro, uma suposta tentativa de golpe no momento em que o Conselho de Ministros estava reunido no Palácio do Governo, sob a orientação do Presidente da República terminou com 11 pessoas mortas, na sua maioria da Guarda Presidencial, mas nem Umaro Sissoco Embaló, o primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam ou os demais membros do Governo foram detidos ou feridos.
Vários militares e civis foram detidos acusados de uma tentativa de golpe de Estado e dois dias depois o Governo pediu uma força de interposição da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que chegou a Bissau a 18 de Maio com um total de 631 membros.