Analistas guineenses dizem que a pobreza no seio da população está relacionada com a constante instabilidade e consequente fragilidade do Estado.
A conclusão resulta da análise ao recente relatório elaborado pelas autoridades guineenses, segundo o qual, a pobreza afecta 66,6% da população de cerca de dois milhões.
O sociólogo Tamilton Teixeira diz que “o problema da Guiné-Bissau é fazer com que o Estado volte a ser o Estado”.
Para ele, “o que nós temos é um Estado sequestrado por grupo de pessoas que têm interesses que são próprios e não da população em geral. Assim fica muito difícil fazer combate à pobreza”.
O Relatório Nacional Voluntário aos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Guiné-Bissau sublinha que “os gastos feitos pelo Governo guineense continuam a ser insuficientes para colmatar as disparidades e garantir o acesso aos serviços básicos de qualidade para todos”.
Ouvido pela VOA, o economista Júlio Biaguê sugere que “o Estado guineense deve, em si, garantir que haja efectivamente uma estabilidade sociopolítica e do Governo para garantir os objectivos do Desenvolvimento Sustentável”.
Bianguê realça que “o Governo deve ajustar as contas do Estado, sobretudo no que diz respeito às despesas, nomeadamente políticas de corte nas despesas menos relevantes (…) subsídios de representação, de viagens ou de férias”.