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PGR garante que filhas de José Eduardo dos Santos não serão presas se forem ao enterro do pai


Isabel dos Santos (esq) e José Eduardo dos Santos (dir). Foto publicada pela filha do antigo Presidente angolano no seu Instagram, 31 Dezembro 2019
Isabel dos Santos (esq) e José Eduardo dos Santos (dir). Foto publicada pela filha do antigo Presidente angolano no seu Instagram, 31 Dezembro 2019

As filhas do falecido Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que se encontram a braços com a justiça do país podem regressar a Luanda para o enterro do pai com a garantia de que não serão presas.

O vice-procurador geral da República, Mota Liz, assegurou que a própria lei exclui essa possibilidade e lembrou que o antigo Chefe de Estado é também património da Nação.

"É preciso que haja consenso da família para não prejudicar aquilo que é património da Nação. O Presidente José Eduardo dos Santos, apesar de ser da família, é património da Nação e é preciso que haja bom senso da família para não prejudicar aquilo que é da Nação”, afirmou Mota Liz a jornalistas no Memorial Dr. Agostinho Neto nesta segunda-feira, 11, a quem lembrou que “nem se prendem pessoas em dias de óbito, a própria lei exclui essa possibilidade”.

O magistrado disse ainda que “a prisão não é o remédio, os seres humanos têm de conversar sempre".

A VOA sabe que o Governo, representado em Barcelona pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar, general Francisco Furtado, e a família continuam a negociar sobre as exéquias de José Eduardo Santos, que o Executivo quer que aconteçam em Angola.

Nesta segunda-feira, 11, a pedido da filha Tchizé dos Santos com a autorização da justiça, médicos fizeram autópsia ao corpo do antigo Presidente, mas os resultados não estão disponíveis ainda.

A antiga deputada requisitou a autópsia porque, segundo ela, há "uma série de sinais" de que a morte do pai ocorreu em "circunstâncias suspeitas".

Ela também abriu um processo em Espanha contra a viúva do ex-Presidente, Ana Paula dos Santos, e o seu médico pessoal, João Afonso, por "tentativa de homicídio".

A queixa também inclui alegações relacionadas ao "não cumprimento do dever de cuidado, lesões resultantes de negligência grave e divulgação de segredos por pessoas próximas” ao antigo Presidente, segundo nota divulgada na sexta-feira pelos advogados.

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