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Bissau: Líderes religiosos pedem segurança em lugares de culto


Igreja da Paróquia de Santa Isabael em Gabú vandalizada, Guiné-Bissau, 2 Julho 2022
Igreja da Paróquia de Santa Isabael em Gabú vandalizada, Guiné-Bissau, 2 Julho 2022

Os líderes religiosos guineenses pedem que os lugares de culto passem a ser protegidos por agentes de segurança ligados ao Estado.

O apelo vem na sequência da vandalização, no ultimo fim-de-semana, da paróquia da “Santa Isabel” de Gabú, no leste do país, cujos autores, segundo, Tcherno Siradjo Bár, primeiro vice-presidente do Conselho Nacional Islâmico, devem ser responsabilizados.

“Seja um imame, um mestre, um califa, um pastor, um padre, um bispo, dirigimos o culto. Nunca vai ver num dos livros de Deus que autoriza a violência do género. Não faz parte do culto”, disse Bár, que é também porta-voz do Conselho.

Ele enfatizou o clima fraterno que caracteriza os guineenses afirmando que “há mesquitas, capelas e igrejas em toda parte da Guiné-Bissau. Aqui, quando vê um muçulmano, sempre há ao lado dele um cristão ou evangélico. Assim reciprocamente”.

Para o teólogo e pastor da Igreja Evangélica, Daltoniano Buam Sambé, é preciso maior tolerância religiosa na Guiné-Bissau.

“Precisamos de ser tolerantes. Eu tenho a minha fé e a certeza que a minha fé é correcta, não me dá o direito de perturbar o exercício religioso do meu irmão e de outra pessoa”, diz Sambé.

Mesmo assim, Bár pede que os locais do culto sejam assegurados pelas autoridades, para prevenir situações que perigam a actividade religiosa no país. “Noutras partes do mundo é a autoridade do Estado que fiscaliza os lugares do culto”.

A mesma opinião é defendida por Sambé, que diz que “nós, como religiosos, não podemos nos armar com a violência para defender o que é nosso, para defender a nossa liberdade de adorar, de sermos religiosos. Quem tem que garantir isso é o próprio Estado”.

Apesar de considerar que algo deve ser feito para estancar qualquer movimento do extremismo religioso, o sociólogo e professor universitário, Infali Donque, diz que do ponto de vista social, vai ser difícil que o radicalismo e a intolerância religiosa tenham sucesso no país

“As comunidades vizinhas têm sempre laços fortes. Por conseguinte, a intolerância, o extremismo e radicalismo religioso vai ser difícil ter sucesso no país”, diz.

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