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Cabo Delgado: Deslocados recebem insumos agrícolas para reduzir dependência alimentar 


Deslocados de Quitunda, Palma, Cabo Delgado, assistidos por VAMOZ, Moçambique
Deslocados de Quitunda, Palma, Cabo Delgado, assistidos por VAMOZ, Moçambique

Trezentas famílias deslocadas, pelo menos 1.500 pessoas, no campo de reassentamento de Maningane receberam “kits” para a produção alimentar e sair da dependência de doações, quando a falta de recursos financeiros começa a limitar a ajuda humanitária em Cabo Delgado.

A entrega formal dos “kits” foi feita, na segunda-feira (4 de Julho), pela agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Cerca de 16 mil deslocados vivem no campo de reassentamento de Maningane, no distrito de Chiúre, e dependem até agora de ajuda humanitária.

Cabo Delgado: Deslocados recebem insumos agrícolas para reduzir dependência alimentar
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A fome tem abalado o centro e a colheita agrícola da última campanha fracassou, devido à combinação de seca e chuva excessiva.

Délcio Castigo, deslocado em Maningane ao enumerar as faltas com que se debatem os deslocados naquele campo, disse que a ajuda com insumos agrícolas, gado caprino e aves vai reduzir a dependência, nos próximos tempos.

“As galinhas e os caprinos devem ser defendidos”, de grupos que espalham boatos de ataques terroristas para roubar, disse António Supeia, Secretário de Estado de Cabo Delgado, vincado a necessidade de vigilância.

Por sua vez, Myrta Kaulard, coordenadora residente da ONU em Moçambique, afirmou que a organização vai continuar a ajudar Moçambique face à crise humanitária forçada por insurgetes ligados ao Estado Islâmico.

“Essa ajuda é um dos nossos esforços para que a vida possa voltar a normalidade, e se normalize” entre os deslocados, disse Kaulard.

Já Patrice Talla, o representante da FAO em Moçambique, assegurou que a organização vai continuar a dar suporte à área agrícola para garantir a segurança alimentar entre as famílias deslocadas, no seu recomeço, longe das suas terras.

Entretanto, o administrador de Chiúre, Oliveira Amimo, disse que recentemente pelo menos 21 mil pessoas fugiram da nova onda de ataques terroristas para o distrito de Erati, em Nampula.

Amimo reconheceu que a insegurança continua uma ameaça para a produção agrícola, por as famílias terem medo de se deslocarem nos campos.

Ao todo o distrito de Chiure acolhe 78 mil deslocados.

A insurreição irrompeu em 2017, deslocando 870 mil pessoas e matando, pelo menos, quatro mil, segundo a ACLED.

As táticas brutais dos insurgentes, incluindo decapitações, raptos em massa, e o incêndio de aldeias inteiras, continuam a abalar a região.

Escapando do Pesadelo de Cabo Delgado
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