O Governo são-tomense reduziu o valor do salário mínimo da função pública acordado com as centrais sindicais em Março passado e, em consequência, os trabalhadores vão ser convocados à greve, já a partir da próxima semana.
Em vez dos cerca de 120 dólares anterior acordados, o ministro das Finanças informou na terça-feira, 17, aos sindicatos que o Executivo só poderá pagar 95 dólares, devido à crise financeira mundial.
A data exacta da paralisação total na função pública ainda não foi anunciada, mas João Tavares, secretário geral da Organização Nacional dos Trabalhadores de São Tomé e Príncipe (ONTSTP), diz que não tem outra saída, face ao que chamou de falta de carácter dos governantes.
“Temos que avançar para greve. Não temos outra saída. As pessoas têm que ter carácter”, afirma Tavares apelando a uma maior seriedade do Governo nas decisões que toma perante os parceiros.
O ministro das Finanças, Engrácio da Graça, justifica a redução do valor de 120 dólares acordado com os sindicatos com a actual conjuntura financeira em que o Governo está a subvencionar o custo do combustível, face ao aumento do preço deste produto no mercado internacional e as consequências económicas da guerra na Ucrânia.
“A situação actual é muito difícil. Os sindicatos têm que entender o que se passa no mundo”, pediu o ministro, avisando que não obstante a ameaça de greve e que, com ou sem consenso entre as partes, irá começar a pagar, a partir deste mês, o valor de 95 dólares como o novo salário mínimo da função publica são-tomense.
No dia 8 de Março, o Governo e os sindicatos anunciaram um acordo para aumentar o salário mínimo já agora, mas, até 2024, o mesmo chegaria a 200 dólares.