Centenas de trabalhadores da subsidiária da mineradora brasileira Vale, na província de Tete, centro de Moçambique estão, há uma semana, em greve, exigindo a clarificação da sua situação.
A mina foi vendida, os patrões foram embora, e parte dos trabalhadores está à deriva.
Desde a semana passada, centenas de antigos empregados da subsidiária da brasileira Vale, na mina de carvão de Moatize, província central de Tete, passam o dia em protestos, para exigir esclarecimentos sobre o seu futuro.
Sem acesso ao interior da mina, é a entrada principal que se transformou no palco das suas reivindicações. Tudo, para que não sejam trespassados como mercadorias.
"A Vale tratou-nos como mercadorias. Estamos a ser entregues (ao novo patronato) como se fossemos objectos" disse um dos trabalhadores, em contacto telefónico com a VOA em Maputo.
Outro trabalhador disse que "o problema é que ninguém veio negociar nada connosco e nós estamos no direito de negociar se queremos ou não ficar com o novo patronato, e não sermos obrigados a fazer algo que não queremos".
"Sabemos que houve negociações com o Governo e estamos a sentir que estamos abandonados e ser tratados como se fossemos estrangeiros no nosso país," desabafou outro manifestante.
A venda dos activos da Vale foi concluído há sensivelmente um mês, com o aval do governo moçambicano, que espera obter receitas de mais valias dos 270 milhões de dólares que a mineradora brasileira encaixou.
Tentamos ouvir a posição do governo em torno do caso, tendo apenas recebido promessas de que o Ministério dos Recursos Minerais podia reagir oportunamente.