Em Angola, 48 anos depois da Revolução Cravos, políticos e fazedores de opinião têm opiniões divergentes sobre a importância daquele efeméride para para o país.
O jurista Miguel Francisco “Michel” considera que o 25 de Abril “não foi um acto de bondade do colonialismo, mas o reflexo da luta de resistência dos povos das colónias portuguesas e uma viragem que também teve o contributo de patriotas angolanos”.
“Michel” destaca que a independência de Angola não se deveu à “Revolução dos Cravos”em Portugal mas “à luta armada dirigida por angolanos''.
O historiador Silva Cabaça diz, por seu turno, que o 25 de Abril precipitou a independência de Angola e foi a génese da libertação dos presos políticos angolanos, das cadeias em Portugal ”.
O jornalista Ilídio Manuel também considera haver uma tendência das autoridades angolanas de menosprezar a acção dos “Capitães de Abril” em Portugal com base no argumento de que não tem nada a ver com a independência de Angola.
“A luta de libertação teve o seu impacto mas também as próprias forças progressistas portuguesas se bateram contra a dominação portuguesa”, acentua Manuel.
O deputado independente Makuta Nkondo entende que o 25 de Abril apenas visou dar continuidade da colonização em Angola.
“Foi uma revolução em que o comunismo tomou o poder em Portugal e o dia em que os portugueses tentaram mudar a arma do ombro de Angola cuja independência é questionável porque continua a ser um apêndice de Portugal”, conclui.
A independência de Angola foi a 11 de Novembro de 1975 e seguiu-se aos Acordos de Alvor, assinados em Janeiro assinado entre o Governo português e os principais movimentos de libertação de Angola, MPLA, FNLA e UNITA.