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Greves aumentam em ano eleitoral em Angola


A pouco menos de cinco meses para a realização das eleições em Angola verifica-se o crescer do movimento de greves sobretudo, no sector público.

Em determinados círculos de opinião interroga-se se elas têm como objectivo criar dificuidades ao Governo em ano de eleições.

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Greve dos professores do Ensino Superior, greve dos enfermeiros, greve dos médicos, greve dos funcionários do Tribunal Supremo são as mais recentes.

A União Nacional dos Trabalhadores de Angola, UNTA, descarta qualquer motivação politica por trás das greves.

O presidente Manuel Viaje considera a degradação da situação socio-económica dos trabalhadores como o principal motivo do aumento das greves no sector público.

Falta de diálogo

"Há um quadro de grande precariedade social que faz com que os trabalhadores movam a arma que têm que é a greve, para pressionar de alguma forma a outra parte a reagir”, afirmou Viaje, para quem "não tem nada a ver com o momento eleitoral, trata-se do acumular de situações que não foram resolvidas a tempo e agora os trabalhadores estão a ser mais consequentes nas suas reivindicaçoes".

Outro aspecto evocado por aquele líder sindical é a falta de abertura para dialogar do Executivo.

"Não ha diálogo, o Conselho Nacional de Consertação Social quase não existe”, sublinhou, fazendo notar que “neste mandato só se reuniu uma vez, há um déficit muito grande de diálogo social".


Outra central sindical, a CG-SILA, tem o mesmo diagnóstico da situação.

Francisco Jacinto diz que o Executivo é adverso aos
sindicatos.

"Nestes cinco anos de mandato, este Executivo fechou-se, não sabe dialogar, esye Governo despreza os trabalhadores, esse governo é anti sindicatos”, disse Jacinto, para quem o Executivo ignora o “agudizar da situação socio-económica dos trabalhadores".

“As pessoas já estão fartas, cansadas e desesperadas e o que resta aos trabalhadores é esse mecanismo da lei", conclui aquele sindicalista.

O sociólogo e professor universitário João Lukombo Nza Tuzola diz que "não há sentido de diálogo para se encontrar soluções às reivindicaçoes dos trabalhadores ja previamente apresentadas”.

“Estas greves não estão a surgir agora na véspera das eleições, elas foram-se alastrando, e não se encontrou solução”, aponta. para desmontar a justificação de aproveitamento político com facto de os sindicatos há muito terem vindo a queixar-se da falta de diálogo e se soluções.

Neste momento, acontecem, em simultâneo, greves dos professores do Ensino Superior, dos Médicos e dos funcionários do Tribunal Supremo.

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