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Governo guineense promete ajudar seus cidadãos a deixar a Ucrânia


Reservistas ucranianos preparam-se para defender o seu pais, Kiev, 24 Fevereiro 2022
Reservistas ucranianos preparam-se para defender o seu pais, Kiev, 24 Fevereiro 2022

O Governo da Guiné-Bissau contactou os poucos cidadãos que residem na Ucrânia e disponibilizou-se para os evacuar através de Portugal, disse uma fonte em Kiev.

O contacto foi feito horas após o início da invasão da Ucrânia pelo exército russo nesta quinta-feira, 24.

Por agora, não há informações de mais estudantes ou cidadãos dos países africanos de língua portuguesa que vivem na Ucrânia e que tenham sido contactados pelas autoridades dos seus países.

A mesma fonte contactada pela VOA em Kiev revelou que até ao meio da tarde desta quinta-feira, 24, “a situação é muito tensa e que há muito medo” e que a ofensiva russa estava a avançar em todas as cidades com muitos ataques.

Devido a “medo de represálias dos russos” caso tomem o controlo do país, a nossa fonte escusou-se a gravar entrevista e pediu o anonimato.

Uma fonte do Ministério da Educação de Cabo Verde disse não existir neste momento estudantes do arquipélago na Ucrânia, no entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros indicou estar a fazer um levantamento para saber da existência ou não de cabo-verdianos no país.

As autoridades da Praia, entretanto, criaram um grupo de trabalho constituído por representantes da Presidência da República, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, do gabinete do primeiro-ministro e do gabinete da ministra do Estado e da Defesa Nacional para monitorar e seguir de perto a situação na Ucrânia.

Ainda em Cabo Verde, o Presidente da República manifestou a sua preocupação com a invasão da Ucrânia pela Rússia e pediu diálogo enquanto o Governo condenou a acção e Moscovo.

“O mundo, altamente devastado pela pandemia da Covid-19, ainda arcará doravante com os custos económicos e sociais, difíceis de medir, mas com certeza catastróficos, de uma guerra sem sentido”, escreveu na sua página no Facebook José Maria Neves, que disse estar “muito preocupado”.

Por seu lado, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse no Parlamento que “esta crise internacional perante a intervenção militar da Rússia na Ucrânia coloca em elevado risco a paz e a segurança globais – acto que Cabo Verde condena, apelando à procura de soluções por via diplomática e de diálogo” e “tratam-se de riscos e incertezas que podem descambar em crises económicas”.

Até ao fim da tarde desta quinta-feira, nenhum outro Governo dos países africanos de língua portuguesa proncuniou-se sobre a invasão russa.

Entretanto, o Brasil, cujo Presidente Jair Bolsonaro encontrou-se com Vladimir Putim em Moscovo no passado dia 16, não condenou taxativamente a invasão, mas pediu o fim das hhostilidades.

Em nota o Ministério das Relações Exteriores afirmou “acompanhar com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia

“O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil”, lê-se na nota no comunicado divulgado em Brasilia, que reitera que “o Governo permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira”.

O Brasil presidente actualmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas que deve votar amanhã uma resolução sobre a invasão russa.

Em Portugal, tanto o Presidente como o primeiro-ministro e todos os partidos políticos condenaram a invasão e o Governo começou a evacuar os seus cidadãos, além de ter disponibilizado para receber refugiados da Ucrânia.

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