É mais um capítulo na guerra aberta entre advogados e o juiz Efigénio Baptista, que conduz o processo das dívidas ocultas. A confrontação já é antiga, mas agudizou na semana passada, com uma confrontação directa, que culminou com a expulsão de dois causídicos.
Depois deste episódio, a Ordem dos advogados de Moçambique convocou a imprensa nesta terça-feira (8) e, sem vacilar, o bastonário acusa Efigénio Baptista de tirano.
"O Juiz tem tido uma postura tirana e um comportamento de ataque contra os advogados, e não nos deixa discutir as questões de forma livre no julgamento, nos termos da lei" acusa o Bastonário.
Duarte Casimiro diz ainda haver uma clara perseguição do juiz aos advogados.
"O que mais nos preocupa é esta falta de ética, deontologia profissional, uma conduta que, a nosso ver, não vai ajudar, de forma alguma, sobretudo às pessoas que não tem tido hábito de ir a a um tribunal, a entender o que ali se passa" salienta.
Mas ao olho de alguns sectores da opinião pública, a Ordem não tem sido, necessariamente isenta no seu papel de assistente do Ministério Público, o acusador do processo. o Bastonário diz haver uma interpretação errada do papel.
Segundo o calendário já aprovado, as sessões de discussão do julgamento terminam na próxima semana, com a audição do antigo Presidente da República, Armando Guebuza, como declarante, mas até lá, espera-se de tudo, menos um julgamento pacífico.