Três jornalistas da rádio católica no Huambo foram chamados a prestar declarações na polícia esta semana como parte de um processo crime de calúnia e difamação.
O caso está relacionado com uma reportagem sobre o alegado envolvimento do comandante da polícia do bairro São João no tráfico de armas de fogo e de munições.
O director da rádio, Alberto Java, disse que o processo foi instaurado depois da emissora se ter recusado a fornecer a fonte da sua informação.
“O que eles queriam era que citássemos a fonte, mas segundo a nossa deontologia não temos a obrigação de citar a fonte numa situação delicada como esta”, disse o prelado que frisou que a emissora tinha buscado a reacção da polícia mas sem sucesso.
“Nós fomos atrás do contraditório e a polícia não colaborou”, disse.
O jornalista Diamantino de Azevedo, autor da matéria em causa disse que na entrevista um ex presidiário disse que tinha comprado uma arma de fogo e munições ao comandante da esquadra por 50.000 kwanzas.
“Mas nós contactámos a polícia a responder, prometeu fazê-lo dentro de 24 horas, o que não chegou a acontecer, pelo que, o director mandou publicar a matéria”, esclareceu.
O porta-voz do Ministério do Interior, Martinho Kavita, disse ter-se pronunciado sobre a matéria, mas que nesta altura o caso está sob alçada pessoal e não institucional.
“O assunto agora já não é institucional, mas pessoal. Seria mais proveitoso ouvir o advogado da causa”, sugeriu.
O director da rádio apela às autoridades a pautar pela verdade, sendo a liberdade de imprensa, um pressuposto legal de um estado de direito e democrático.
“Nós não nos vamos calar, vamos manter a nossa linha na busca da isenção, pluralismo, objectividade da verdade”, acrescentou.