O julgamento do presidente do autoproclamado Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe, José Mateus Zecamutchima, detido desde Fevereiro de 2021 em Luanda, inicia-se no próximo do dia 28 no tribunal da cidade do Dundo, província da Lunda Norte.
A informação foi avançada à VOA nesta quinta-feira, 20, pelo seu advogado Salvador Freire, que, no entanto, desconhece a data da transferência do activista para Dundo.
Na quarta-feira, 19, Freire e o secretário-geral do Movimento, Fiel Muaco, denunciaram o mau estado de saúde de Zecamutchima.
“Eu pressoalmente já fiz um requerimento para o director do SIC para a transferência de Zecamuchima porque ele tem uma hipertensão de terceiro grau e tem um dos membros quase paralizado”, disse Freire à VOA.
Muaco falou em "estratégia de eliminação" e revelou que "nós, os membros do Protectorado, encontramo-nos bastante preocupados com o agravamento do estado de saúde de José Mateus Zekamuchima".
Detenção
O activista das Lundas foi detido a 8 de Fevereiro de 2021 e acusado de crimes de associação de malfeitores e rebelião armada, na sequência dos confrontos registados a 30 de Janeiro, na vila de Cafunfo, na província da Lunda Norte, entre a polícia e cerca de 300 manifestantes convocados pelo Movimento Protectorado Português Lunda Tchokwe.
Os manifestantes pretendiam protestar contra o abandono a que dizem estar votados os habitantes daquela rica região em diamantes.
O número de mortos continua a ser uma incógnita, com as autoridades a falarem em seis, enquanto activistas e partidos da oposição apontam para mais de 30.