Analistas moçambicanos dizem que ainda é cedo para se pensar na saída do efectivo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que ajuda o país a combater o terrorismo.
A continuidade ou não da missão militar regional será debatida num encontro, na sexta-feira (7).
“O objectivo para o qual eles vieram está longe de ser alcançado. Não se pode negar que há progressos no terreno, mas também estamos a ver que, nos últimos dias, a presença dos insurgentes continua forte”, diz o analista Sérgio Chichava.
Chichava considera “normal a extensão, dado que seria um retrocesso se essas tropas saíssem do país, neste momento, tendo em conta a evolução da situação”.
Enquanto se discute a prorrogação da presença de militares da SADC, das tropas ruandesas não há nada anunciado.
Sustentabilidade
Analistas dizem que esse é um caso à parte, uma vez que, apesar do secretismo, Kigali já deixou claro que os seus militares estarão em Cabo Delgado por tempo indeterminado.
Mas o pesquisador João Feijó diz que, além da situação militar, é preciso que se consolide a coordenação com os líderes comunitários, de modo a tornar sustentável a vitória contra os terroristas.
“Os líderes locais são pessoas que os insurgentes poderão utilizar como interlocutores para se renderem, por isso é fundamental utilizar esses líderes comunitários como mecanismos de comunicação” disse o pesquisador.
Ainda ligado a isso, esta semana, em Cabo Delgado, as confissões religiosas assinaram um acordo para a união de forças, de modo a travar a adesão de jovens a grupos terroristas.