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Antigos guerrilheiros da Renamo integrados em força de elite da polícia moçambicana


Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique, e Ossufo Momade, presidente da Renamo assinam acordo de paz, Agosto de 2019
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique, e Ossufo Momade, presidente da Renamo assinam acordo de paz, Agosto de 2019

Até agora, 63 por cento dos antigos guerrilheiros aderiram ao processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegraçã

Antigos guerrilheiros da Renamo vão integrar a Unidade de Intervenção Rápida, a força anti-motim da polícia moçambicana, satisfazendo uma das principais reivindicações de Ossufo Momade, relativamente ao processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR).

Os guerrilheiros que vão fazer parte desta unidade de elite da polícia, cujo número não foi revelado, foram treinados em Nhamatanda, província central de Sofala, um dos bastiões da Renamo no tempo da guerra.

Na semana passada, o presidente da Renamo, Ossufo Momade, manifestou algum desconforto pelo facto dos antigos guerrilheiros não fazerem parte das forças policiais, como preconizam os acordos assinados com o Governo.

"O Governo não está a cumprir aquilo que acordámos na mesa das negociações relativamente à integração de ex-combatentes da Renamo nas forças policiais", lamentou aquele dirigente partidário.

Para Fernando Gonçalves, presidente do MISA Moçambique, são iniciativas como estas que vão contribuir para a consolidação da paz porque retiram da Renamo a argumentação para o retorno às hostilidades militares.

Ele anota que "a formação de ex-guerrilheiros da Renamo, para puderem integrar as Forças de Defesa e Segurança, vem reforçar esta ideia de que estamos, efectivamente, a trabalhar num processo de uma paz que se torna irreversível, e isso é extremamente importante para a estabilidade do país".

Por seu turno, o investigador Calton Cadeado diz haver “aqui uma demonstração clara de uma vontade política de fazer andar o processo de paz, quer da parte do Governo, quer do lado da Renamo”.

Ele acrescenta que “para quem tem dúvidas, ao ver esta integração, pode
perceber como um sinal de chamariz para outros também acreditarem no processo, porque no final do dia, há também o lado da sobrevivência das pessoas que estão a sair das matas”.

Processo avança

Ontem o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas para as negociações de paz em Moçambique anunciou o encerramento da primeira base da Renamo no norte do país, em Murrupula, e o desarmamento de todos os 560 combatentes que ali viviam.

Mirko Manzoni destacouque 63% do efectivo militar da Renamo já foi abrangido pelo processo DDR, definido pelo Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado entre o Governo e a Renamo em Agosto de 2019.

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