Mulheres marcharam silenciosamente na quinta-feira, 9, na cidade angolana de Malanje contra a violência baseada no género, numa promoção da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA).
De Janeiro a Novembro de 2021, a sala de aconselhamento familiar do Gabinete Provincial da Acção Social, Família e Igualdade do Género, registou mais de 770 casos de violência.
A coordenadora da ADRA Antena Malanje, em Cacuso, Teresa Zumba, que interveio à margem do X Encontro Provincial das Mulheres da ADRA e instituições parceiras, apelou ao sentimento de denúncias para reduzir a escalada de violência que se institucionaliza em Angola.
“Neste momento, nós estamos a falar em 772 casos [...], onde 697 vitimaram mulheres, os nossos cartazes dizem não à violência doméstica, não ao silêncio”, referiu, admitindo que “estamos a naturalizar a questão a violência doméstica".
Zumba ser "importante que não naturalizemos isso porque é um crime e deve ser denunciado e as pessoas que praticam a violência domestica devem ser punidas”.
Célcia da Silva esteve entre as dezenas de mulheres que percorreram um troço da estrada nacional 230 em Malanje e disse que “as mulheres devem estar unidas para lutarem contra esse mal”.
"A violência extrapolou os lares e tem espigos nas ruas envolvendo crianças e adolescentes", sublinhou a representante das mulheres da Igreja Adventista do sétimo Dia, Anita Paulo Júnior.
“A violência doméstica em Malanje já se tente em todos os níveis, física e até psicológica”, acredita Júnior.
A directora da ADRA Antena Malanje, Mariana Moita, reafirmou na marcha o papel da mulheres para a cultura de paz entre as famílias.
Na quarta-feira, 8, no X Encontro Provincial das Mulheres da ADRA, a organização e instituições parceiras debateram temas como a violência baseada no género e o empoderamento das mulheres, no âmbito dos 16 dias de activismo contra violência baseada no género.