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Painel do Senado vai recomendar acusações criminais contra Bolsonaro pela resposta à Covid-19


Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro

Relatório pede que Bolsonaro seja acusado de crimes contra a humanidade, forjar documentos e incitar ao crime

Um relatório de uma comissão especial do Senado brasileiro recomendará que o Presidente Jair Bolsonaro enfrente acusações criminais pelo tratamento da pandemia da COVID-19 que matou mais de 600.000 pessoas.

O relatório de quase 1.200 páginas redigido pelo Senador Renan Calheiros acusa Bolsonaro de acções como a utilização de medicamentos não comprovados, como a hidroxicloroquina, mesmo depois de se ter demonstrado a sua ineficácia e o atraso na compra de vacinas.

O relatório conclui que Bolsonaro acreditava que permitir que o vírus se espalhasse pelo Brasil conduziria à “imunidade do rebanho”, quando um número suficiente da população se tornasse imune a uma doença infecciosa através de uma infecção anterior e eventualmente impedisse a sua propagação.

O relatório do Senador Calheiros recomenda que Bolsonaro seja acusado de crimes contra a humanidade, falsificação de documentos e incitação ao crime. O relatório recomenda também que sejam deduzidas acusações contra dezenas de antigos e actuais funcionários governamentais e aliados do presidente, incluindo três dos seus filhos, um deles um destacado senador.

Mas a oposição intensa de alguns membros da comissão levou Calheiros a retirar as recomendações de que Bolsonaro fosse acusado de genocídio ou homicídio.

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O relatório, que será apresentado ao painel completo de 11 pessoas na quarta-feira, é o resultado de uma investigação de seis meses sobre a resposta de Bolsonaro à pandemia, que ele considerou uma "piada" e com motivações políticas. Bolsonaro foi denunciado por minimizar a gravidade da pandemia, desencorajando esforços de mitigação como o uso de máscaras, confinamentos e vacinações.

Espera-se que a comissão completa aprove o relatório na próxima semana e o envie ao procurador-geral, que foi nomeado por Bolsonaro, tornando improvável que ele seja formalmente processado.

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