A UNITA considerou de “desastroso e vergonhoso” o balanço feito
pelo Presidente angolano na Assembleia Nacional na sexta-feira, 15, do qual, segundo o maior partido da oposição, João Lourenço omitiiu vários pontos.
Com o actual presidente do partido, Isaías Samakuva, ausente do país, coube à secretária provincial no Huambo Albertina Navemba Ngolo apresentar a réplica da UNITA ao discurso sobre o estado da nação.
Ela disse que “percebe-se que o partido-Estado não tem interesse em discutir o desenvolvimento do país, só que não se pode admitir que tenha chegado ao ponto de subverter, sem pejo algum, o papel das instituições, num contexto de um Estado democrático e de Direito, como diz a Constituição".
No capítulo considerado o grande cavalo de batalha de João Lourenço, o combate à corrupção, para a UNITA ficou por dizer que ele próprio é fruto do que pretende combater.
"O Presidente da República recuou para zero no combate à corrupção porque ele mesmo, para além de ser um produto político da corrupção eleitoral, formou-se numa governação patrimonial já que a corrupção é o método que o MPLA, para se manter no poder, usa, corrompendo militantes opositores e cidadãos que pensam diferente, distribuindo oportunidades económicas por meio da corrupção, por isso combater a corrupção significa combater-se a si mesmo", afirmou Albertina Navemba Ngolo.
Ainda segundo a parlamentar da UNITA, João Lourenço devia apresentar os números reais dos valores recuperados e o que se fez deles, bem como o impacto na vida das pessoas.
Em termos de liberdade de imprensa e de expressão, Ngolo destacou a omissão do Presidente.
"João Lourenço confiscou a TV Zimbo, o jornal o País, a Rádio Mais, a TV Palanca, encerrou a TV Record em Angola, a SIC notícias, e alguns canais da Zap, João Lourenço orientou a TPA a bloquear o adversário politico, Adalberto Costa Júnior, e o cortejo de ódio e ostracismo culminou com o famoso acórdão do TC", acusou Ngolo na resposta da UNITA ao discurso de João Lourenço.
No discurso que marcou o início do ano parlamentar, o Presidente da República anunciou a redução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), reiterou que as autárquicas vão acontecer e avisou que não há esconderijos seguros para os bens adquiridos à custa do erário público.