O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse, neste sábado, 25, que não é momento de celebrar a vitória contra o terrorismo em Cabo Delgado, província que desde 2017 é atacada por um grupo ligado ao Estado Islâmico.
O comentário de Nyusi surge quando alguns especialistas advertem que o triunfalismo das autoridades de Moçambique e Ruanda pode não ser realístico.
O Ruanda enviou mil homens para apoiar Moçambique na luta e, ontém o presidente Paul Kagame, disse que as tropas iriam continuar para ajudar a reconstrução das zonas livres do terrorismo.
Citado pelo diário O País, de Maputo, Nyusi usou um tom mais cauteloso ao afirmar que apesar das conquistas nas batalhas, há muito que deve ser feito para consolidar.
“Nunca tínhamos estado numa guerra contra o terrorismo. É uma guerra nova, da qual estamos a aprender”, afirmou Nyussi.
Ruanda não fica para sempre
Com o apoio, disse Nyusi, “o que temos estado a fazer é, em simultâneo, ir capacitando as FADM, para poder fazer face ao período posterior à estadia das forças exteriores”.
Nyusi falava à margem da celebração dos 57 anos das Forças Armadas de Moçambique, na cidade Pemba, capital de Cabo Delgado.
Na mesma ocasião, o estadista burundês disse que as suas tropas não podem ficar em Moçambique por tempo indeterminado.
“Penso que o problema que estamos a enfrentar com os nossos amigos em Moçambique não irá também ficar aqui para sempre", disse Kagame, citado pela Reuters.
"A cada vez, a cada passo, avaliamos o que precisa de ser feito ... A necessidade de ficar e por quanto tempo, será naturalmente conforme o progresso feito," salientou Paul Kagame.