A Organização Trump, do antigo Presidente americano, e o seu responsável financeiro, Allen Weisselberg, foram indiciados de crimes relacionados a impostos decorrentes de uma investigação em Nova Iorque aos negócios de Donald Trump.
Fontes conhecedoras do processo disseram à AP que a investigação descobriu benefícios que a empresa concedeu a altos executivos, incluindo uso de apartamentos, carros e mensalidades escolares, sem que esses benefícios terem sido declarados nos impostos.
O grupo e Weisselberg devem comparecer nesta quinta-feira, 1 Julho, em tribunal para ouvirem as acusações, as primeiras contra aquele responsável financeiro e a Organização Trump, na sequência de dois anos de uma investigação liderada pelo procurador público, Cyrus Vance Jr., um democrata que deixa o cargo no final do ano.
Os investigadores analisaram os registos fiscais de Trump, através de documentos e testemunhas, incluindo membros e dirigentes do grupo.
Um grande júri foi recentemente constituido para avaliar as denúncias e provas, tendo a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, indicado dois dos seus juristas para trabalhar com Vance na investigação criminal, enquanto ela continua uma investigação civil contra Trump.
A advogada de Weisselberg, Mary Mulligan, não quis comentar a informação, nem o gabinete do procurador do distrito de Manhattan.
O porta-voz de Trump não reagiu também, mas Jason Miller, um antigo conselheiro sénior do ex-Presidente, considerou as acusações como "politicamente terríveis para os democratas".
"Eles disseram aos seus loucos membros na grande mídia que era sobre o Presidente Trump. Em vez disso, a caça às bruxas persegue um homem inocente de 80 anos por talvez ter estacionado gratuitamente!", escreveu Miller, aparentemente em referência a Allen Weisselberg, que tem 73 anos.
Na segunda-feira, o antigo Presidente criticou a investigação num comunicado em que chamou o gabinete do procurador de Vance de "rude, desagradável e totalmente tendencioso" no tratamento aos advogados, representantes e funcionários da sua empresa.
Ele acrescentou que as acções da empresa eram "práticas padrão em toda a comunidade empresarial dos EUA, e de forma alguma um crime" e que a investigação de Vance era uma investigação "à procura de um crime".