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Decisão da "troika" da SADC de não enviar tropas a Moçambique não surpreende analistas


Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique e, em exercício, da SADC, Reunião da "troika" em Maputo
Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique e, em exercício, da SADC, Reunião da "troika" em Maputo

A troika da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) não decidiu pelo envio de uma força militar para ajudar as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique no combate aos insurgentes da província de Cabo Delgado.

Na cimeira realizada na quinta-feira, 27, em Maputo, os Presidentes de Moçambique, Botswana, Zimbabwe e África do Sul, bem como o representante da Presidente da Tanzânia, optaram por manifestar a sua solidariedade para com o Governo moçambicano e marcar uma nova reunião até 20 de Junho.

A decisão não surpreendeu analistas ouvidos pela VOA que não tinham expectativas de que a troika decidisse pelo o envio da força militar para ajudar o país a combater o jihadismo.

As razões são várias, uma das quais tem a ver com o facto de o Governo ter demonstrado que não está confortável com o envolvimento dessa força na luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.

Para o analista Borges Namirre, "não seria uma cimeira como esta que iria mudar isso, porque se fosse para a SADC intervir em Moçambique, isso teria acontecido depois da primeira cimeira que deveria ter-se realizado logo depois do ataque a Palma, numa altura em que Moçambique estava ainda sob choque".

Namirre lembra que passam quase dois meses após o ataque a 24 de Março "e Moçambique já absorveu o susto sobre aquele ataque e acha que pode continuar a conter o terrorismo com meios próprios e recorrendo à cooperação bilateral".

Por seu turno, o analista Luca Ubisse diz que nunca acreditou que a SADC enviasse três mil homens para Moçambique porque não tem dinheiro.

Recorde-se que, em Abril, os peritos militares da troika propuseram o envio de uma força composta por três mil homens e equipamento de guerra para combater os insurgentes.

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