Um grupo de cidadãos da Guiné Bissau residentes em Cabo Verde considera que a visita do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, a Bissau na próxima semana afigura-se como a legitimação de um regime "que viola a Constituição e não respeita as liberdades e os direitos humanos”.
Esta afirmação foi feita pelo membro da Associação dos Guineenses Residentes em Cabo Verde Simão Monteiro Nancasi, numa conferência de imprensa nesta sexta-feira, 14, na cidade da Praia.
“Sendo Portugal um Estado democrático e membro da União europeia, os cidadãos guineenses entendem que não fica bem a altos dirigentes desse país legitimar governantes que atropelam a democracia, espancam cidadãos e praticam prisões arbitrárias", sustentou Nancasi, para quem esses são "lesivos para a imagem da Guiné Bissau”.
Aquele líder associativo estendeu também essa recomendação aos países africanos de língua portuguesa.
"Entendemos que os líderes dos palops e principalmente de Portugal,que devia ser um dos observadores e defensores do regime democrático, não deviam ter incitativas de realizar visitas ao nosso país, sob pena de estarem a pactuar com os atropelospraticados pelo actual regime", reforçou Nancasi, quem também apelou os guineenses no país e na diáspora “a se manterem firmes na defesa dos valores sagrados do Estado de Direito e democrático.
Também hoje, em Lisboa, dezenas de guineenses manifestaram-se em frente ao Palácio de Belém contra a visita de Rebelo de Sousa que recebeu os organizadores do protesto.
O Presidente português chega domingo a Cabo Verde e na terça-feira, 18, deve desembarcar em Bissau, regressando no dia seguinte a Lisboa.