Os promotores da manifestação reprimida pela polícia nacional e que levou à detenção de 12 activistas dos direitos humanos em Cabinda voltaram a convocar uma nova marcha para sábado, dia 12 de dezembro, para protestar contra o que dizem ser atrocidades e violação dos direitos humanos, bem como parao estabelecimento da paz na província.
Alexandre Kuanga Nsito, coordenador da Associação para o Desenvolvimento para a Cultura dos Direitos Humanos e uma das vítimas das investidas da polícia angolana, no dia 28 de Novembro, diz que a manifestação é uma forma de repúdio contra os 45 anos de governação e a violação dos direitos fundamentais em Cabinda, onde o Governo assume um conflito sem fim à vista.
Kuanga Nsito realça que a situação social de Cabinda continua a agravar-se de maneira assustadora sobretudo na saúde, em que se assiste a um número elevado de mortalidade e degradação das condições de assistência médica e medicamentosa.
«Vamos protestar para pedir a libertação dos três activistas detidos quando colocavam folhetos para pedir o fim da guerra em Cabinda e o estabelecimento do diálogo entre o Governo angolano e as forças que lutam pela autodeterminação de Cabinda", reitera Kuanga Nsito.
Para o activista, o desemprego é galopante e assiste-se no plano dos direitos humanos a uma descriminação e marginalização do povo de Cabinda.
"Há discriminação em Cabinda na vertente da paz porque há paz do Zaire ao Cunene e, em Cabinda ainda se assiste a um conflito, isto é uma grande discriminação”, sustenta Nsito, lembrando que "os empresários nunca recebem créditos e isto tem levado ao empobrecimento dos agentes económicos":
O activista lembra ainda que, enquanto noutras zonas de Angola há liberdade de expressão, de reunião, associação e de manifestação, em Cabinda continua a assistir-se a uma discriminação nestas questões.
"Em Cabinda, só o facto de três activistas falarem da paz foram detidos e, quando protestávamos sobre a necessidade da paz em Cabinda, aplicaram-nos multas, ao contrário nas outras zonas do país», cita Kuanga Nsito que apela ao diálogo para o estabelecimento da paz na província.