Um total de 140 guerrilheiras residuais da Renamo foram desmobilizadas este sábado, 5, na base das Mangueiras, em Vunduzi, no interior da Gorongosa (Sofala), o mesmo local onde receberam instrução militar para o conflito político-militar iniciado em 2013.
A cerimónia foi presenciada pelo Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, o líder da Renamo, Ossufo Momade, e o representante especial do Secretário-geral das Nações Unidas, Mirko Manzoni.
A maioria das 140 guerrilheiras já tinha sido desmobilizada em 1992, no âmbito do Acordo Geral de Paz, mas voltou a incorporar a guerrilha com o reinício da violência armada em Moçambique que resultou da insatisfação da Renamo e terminou com um cessar-fogo em 2016, e com a assinatura de um acordo de paz definitiva em 2019.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na cerimónia que as mulheres guerrilheiras foram determinantes para o avanço com sucesso do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) social, por terem “acarinhado” o processo.
“Queremos agradecer esta força que as nossas compatriotas deram ao processo” destacou Filipe Nyusi, adiantando que com a cerimonia “nós os moçambicanos mais uma vez estamos a provar ao mundo inteiro de que o papel da mulher nos processos de desenvolvimento, nos processos sociais, políticos e económicos é fundamental”.
Já o líder da Renamo, Ossufo Momade, relevou o papel da mulher nas vitórias conquistadas pelo maior partido da posição em Moçambique, defendendo com isso a necessidade da sua inserção social num ambiente de coabitação política pacífica.
“A mulher no seio da Renamo não só se destacou na frente de combate militar, mas também em varias outras frentes, como na política e no processo de desenvolvimento nacional” precisou Ossufo Momade, reiterando apelos para uma “desmobilização condigna e humanizada” das guerrilheiras.
A base de Vunduzi acolheu o último encontro entre o Presidente da Republica, Filipe Nyusi, e o líder histórico da Renamo, Afonso Dhlakama.
A base fica a poucos quilómetros de Satunjira, onde vivia na altura Afonso Dhlakama e que foi assaltada pelo exército à 21 de outubro de 2013 durante o conflito politico militar.
O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) social que reiniciou em junho passado já abrangeu 1.075 guerrilheiros de um total de cinco mil previstos até 2021.