O padre católico José Inácio, assessor do governador provincial de Benguela para a área social, foi constituído arguido por suspeitas de fraude na venda de casas em centralidades da província, no seguimento de um processo-crime com quatro detidos, todos na cadeia do Lobito, soube a Voz da América.
O também vigário judicial da Diocese de Benguela foi constituído arguido no passado dia 27 de Agosto, quando o Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve os últimos suspeitos, o director do Gabinete de Comunicação Social, Manuel Abel Tchingando, e um motorista do Governo, Ivo Cláudio.
Este processo está ligado a alegadas práticas de furto, burla por defraudação, tráfico de influência, tráfico de bens roubados e associação criminosa, decorre na representação da Procuradoria-geral da República (PGR) no Lobito, onde já se encontravam detidas, há duas semanas, uma funcionária do Tribunal de Benguela e uma professora.
De acordo com fontes da investigação, os crimes dizem respeito à venda de casas a troco de luvas a cidadãos sem requisitos para a chamada fase dirigida, nas centralidades do Lobito e Luhongo.
A VOA procurou obter a versão de José Inácio, o segundo padre católico a contas com a justiça neste processo-crime, sem sucesso, apesar de várias tentativas.
O Bispo da Diocese de Benguela, Dom António Jaca, diz não ter conhecimento da condição do vigário judicial, mas promete uma reacção quando for informado oficialmente.
Não há qualquer reacção do Governo Provincial de Benguela.
Em Março deste ano, o padre Valentim Jamba, director do Instituto Católico Religioso, foi detido por suspeita de corrupção na venda de casas em centralidades.