O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e o primeiro-ministro, Boubou Cissé, foram detidos na tarde desta terça-feira, 18, depois de uma revolta de militares que iniciou em Kati, a poucos quilómetros da capital Bamako.
Um repórter do serviço francês para a África da VOA disse que Keita foi preso na sua casa em Bamako e levado para um quartel em Kati, onde também se encontra Cissé.
Em 2012, um motim no mesmo quartel desencadeou um golpe contra o então Presidente Amadou Toumani Touré.
Mais cedo, depois de terem tomado armas e munições em Kati, os militares revoltosos seguiram para a capital, onde cercaram a casa do Presidente e efetuaram tiros para o alto.
As prisões foram confirmadas pela Comissão da União Africana, que condenou o movimento considerado golpista.
Em comunicado divulgado mais cedo, o primeiro-ministro Cissé pediu que os militares baixassem as armas e disse que o Governo estava pronto para um "diálogo fraterno" para "dissipar todos os mal-entendidos".
"Não há problema que não tenha solução possível de ser encontrada por meio de diálogo", escreveu Cissé.
Não há um posicionamento oficial dos militares.
Embaixadas da Noruega e da França tinham afirmado da existência do levantamento militar e fecharam as suas instalações, enquanto pediam aos seus cidadãos para ficarem em casa.
O Mali vive uma crise política e social há dois meses com manifestações multitudinárias lideradas por uma coligação da oposição que pede a renúncia do Presidente Keita depois de eleições consideradas fraudulentas, falhas no combate a grupos terroristas no norte e acusações de corrupção.
Uma delegação da CEDEAO tem tentado mediar as partes, mas sem sucesso.