O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que o seu relacionamento com o presidente chinês Xi Jinping se desgastou na sequência da nova pandemia de coronavírus e que ele não fala com seu homólogo chinês há muito tempo.
“Eu costumava ter um relacionamento muito bom com ele”, disse Trump em entrevista à Fox Sports Radio, citando o acordo comercial da Fase Um firmado no ano passado e assinado no início de 2020.
“Tive um ótimo relacionamento com o presidente Xi. Gostava dele, mas eu não sinto o mesmo agora."
Trump disse que os seus sentimentos mudaram em meio ao COVID-19: "Certamente que me sinto diferente. Tinha um relacionamento muito, muito bom e não falava com ele há muito tempo."
Trump, que procura ser reeleito nas eleições de 3 de novembro nos EUA, fez do desafio à China uma parte fundamental de sua campanha presidencial de 2016 e elogiou os seus laços amigáveis com Xi durante grande parte do seu primeiro mandato, enquanto procurava cumprir as suas promessas de acordos comerciais.
Mas ele disse na terça-feira, 11 de agosto, que as consequências do surto foram piores do que o conflito sobre o comércio.
"Este é mil vezes pior do que o que aconteceu com o comércio, com todas as mortes e... o mundo teve que fechar. É uma vergonha", disse ele à Fox.
Os primeiros relatos do vírus surgiram da China no final de 2019 e este já infectou mais de 20 milhões de pessoas e matou pelo menos 735 mil 369 em todo o mundo, incluindo pelo menos 5,1 milhões de casos e pelo menos 163 mil 160 mortes nos Estados Unidos.
Os laços entre os EUA e a China também se desgastaram com a repressão de Pequim em Hong Kong e o disputado Mar do Sul da China, entre outras questões.
Questionado sobre a prisão de defensores da democracia em Hong Kong sob a nova lei de segurança da China, bem como questões sobre Taiwan, Trump apontou as medidas de seu governo para acabar com o estatuto comercial especial de Hong Kong. Trump não falou sobre a prisão do dono do Apple Daily de Hong Kong, Jimmy Lai, um dos ativistas mais destacados da cidade.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Robert O'Brien, disseram na segunda-feira que os Estados Unidos estavam preocupados com a prisão de Lai.