A polícia moçambicana diz que a situação da ordem, segurança e tranquilidade públicas na província Cabo Delgado está controlada, mas para alguns analistas esta avaliação está longe de corresponder à realidade daquela província.
O porta-voz do Comando Provincial da Polícia em Cabo Delgado, Augusto Guta, afirmou que "o estado de segurança da província é bom porque as Forças de Defesa e Segurança estão a fazer um trabalho abnegado e incansável para a reposição da ordem e segurança públicas".
Entretanto, ao reagir a esta afirmação, o analista Francisco Matsinhe refere que "isso não pode ser verdade; eu estive em Cabo Delgado há menos de uma semana e o que constatei foi que muitas instituições públicas não estão a funcionar por causa dos ataques".
Por seu lado, o bispo de Pemba, Luís Fernando Lisboa, citado pela publicação Carta de Moçambique, afirmou que "o mundo ainda não tem ideia do que está a acontecer em Cabo Delgado, onde ataques armados estão a provocar uma crise humanitária que afeta mais de 700 mil pessoas".
"Não nos podemos contentar em dar comida, é muito pouco, há muitos traumas", realçou o bispo de Pemba.
Por seu turno, o diretor do Centro de Integridade Púbica (CIP), Edson Cortêz, diz que não sabe com que base é que as autoridades governamentais dizem que a situação de segurança em Cabo Delgado é boa, numa altura em que se fala de ataques quase diários, para além de que "este conflito não pode ser resolvido por via militar".