O Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU pediu uma investigação ao uso considerado excessivo da violência por uma força de elite de combate ao terrorismo no Mali contra manifestantes antigovernamentais, cuja ação terá deixado há uma semana mais de uma dezena de vítimas civis.
A Missão de Manutenção da Paz das Nações Unidas no Mali (Minusma) confirmou que pelo menos 14 manifestantes foram mortos e outros 154 ficaram feridos durante uma violenta repressão da Forsat.
Ativistas de direitos humanos afirmam que a força especial de elite pode ter violado o seu mandato antiterrorista, ao matar civis que protestam contra a corrupção e fraudes eleitorais, entre outros temas.
Testemunhas relatam que as forças especiais dispararam munição letal durante confrontos com manifestantes a 10 de julho e pelo menos 200 pessoas foram presas.
O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, diz que seu Governo investigará a violência.
A porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Liz Throssel, congratulou-se com o anúncio.
"É essencial que todas as supostas violações de direitos humanos e atos de violência cometidos durante as manifestações sejam objeto de investigações rápidas, completas, transparentes e independentes e que os responsáveis sejam responsabilizados", disse Throssel, lembrando que as manifestações no Mali têm sido geralmente pacíficas, embora tenha havido incidentes isolados de violência.