O Presidente americano minimizou nesta sexta-feira, 11, o pedido de desculpas do chefe do Estado Maior das Forças Armadas, o general Mark Milley, por ter participado da caminhada para que Donald Trump pudesse tirar uma foto em frente à Igreja St. John, durante a onda de protestos antirracistas em Washington.
Trump afirmou que não considerava significativa as preocupações demonstradas pelo general e reiterou ter boas relações com os militares.
“Eu tenho um bom relacionamento com os militares, eu reconstruí nossas Forças Armadas. Quando substituímos o Presidente Obama e Biden, as Forças Armadas eram uma piada”, disse em entrevista à Fox News, que acrescentou: “Vou lhe dizer, acho que os cristãos acham que foi uma imagem bonita.”
No passado dia 1, a polícia usou gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar manifestantes pacíficos que protestavam contra o racismo e a violência policial perto da Casa Branca para que o Presidente pudesse ir à igreja, do lado da rua, fazer uma foto com a Bíblia na mão.
O pedido de desculpas
Na mensagem em vídeo divulgada na quinta-feira, 11, que surpreendeu o país, o chefe das Forças Armadas pediu desculpas.
"Eu não deveria ter estado lá. Minha presença naquele momento e naquele ambiente criou uma percepção de envolvimento dos militares na política interna", afirmou o general Mark Milley num vídeo gravado para ser apresentado no início do ano letivo na Universidade Nacional de Defesa
"Como oficial da ativa uniformizado, foi um erro com o qual aprendi", continua Milley, quem acrescentou: "Devemos defender o princípio de um Exército apolítico que está tão profundamente enraizado na própria essência de nossa república''.
Depois do episódio, tanto o secretário de Defesa como altos generais na reserva e vários outros militares de alta patente manifestaram o seu descontentamento.
O secretário Mark T. Esper disse que se opunha a enviar militares para reprimir manifestantes e, nesta semana, tanto ele como Milley admitiram, através dos seus porta-vozes, estar abertos a uma discussão para a eventual retirada de nomes de generais confederados, que defenderam a escravatura, de 10 bases militares.
O Presidente Donald Trump respondeu de imediato que o assunto estava fora de discussão.