Milhares de manifestantes se reuniram em Washington D.C., e noutras cidades dos Estados Unidos, no sábado, protestando contra o racismo e a brutalidade policial, na sequencia da morte do africano-americano George Floyd, sob custódia policial.
Floyd morreu a 25 de maio em Minneapolis, seguindo-se uma onda de manifestações para contestar a atitude do polícia Derek Chauvin, que pressionou o o joelho sobre o seu pescoço por quase 9 minutos. Nos Estados Unidos e noutras partes do mundo, indivíduos de todas as raças e idades gritam em solidariedade “Não consigo respirar”, uma das últimas frases de Floyd.
No sábado, 6, na Washington DC, os manifestantes pacíficos marcharam numa tarde quente e húmida, em muitos bairros, bem como no Capitólio dos EUA e ao longo do National Mall, onde estão os principais museus da cidade.
A presidente da câmara de Washington DC, Muriel Bowser falou no final da tarde com uma grande multidão, na recém-designada praça Black Lives Matter, perto da Casa Branca.
Bowser, que é africana-americana, instou a multidão a falar alto exigindo "mais justiça e mais paz".
"Eu tenho uma menina de 2 anos", disse ela, e "quero que ela cresça num país onde não tenha medo de ir ao supermercado, não tenha medo de ir trabalhar".
Um manifestante branco de D.C., que disse ter participado em dois protestos anteriores, disse à VOA que achava que as cercas recentemente instaladas em torno de Lafayette Park e a Casa Branca ajudaram os protestos a permanecerem pacíficos.
"O importante é que, assim que a barreira entre policiais e manifestantes foi erguida, tudo ficou muito mais pacífico, porque os policias não se sentiram ameaçados e, portanto, não sentiram a necessidade de disparar gás lacrimogéneo", disse ele.
Grandes marchas também foram realizadas em Minneapolis, Miami, Nova Iorque, Chicago, São Francisco, Dallas, Filadélfia e Denver. Contrário ao que aconteceu na semana anterior – violência e pilhagem – na maioria das cidades foram pacíficas.
Roderick Sweeney, negro de 49 anos , disse à Associated Press que ficou impressionado ao ver o grande número de manifestantes brancos com placas que diziam “Black Lives Matter”, enquanto centenas marchavam de um lado para o outro pela ponte Golden Gate de São Francisco.
"Tivemos discussões na nossa família e entre amigos de que nada vai mudar até que os nossos irmãos e irmãs brancos expressem a sua opinião", disse Sweeney à AP. A grande participação de manifestantes brancos "transmite uma mensagem poderosa. Vês que há protestos em todo o mundo e, portanto, espero que as mudanças aconteçam. ”
Noutras partes do mundo, milhares marcharam em cidades como Londres, Berlim, Sydney, Marselha, Roma e Pretória.