Procuradores suíços iniciaram uma investigação sobre o escândalo de empréstimos de dois biliões de dólares que levou Moçambique a uma crise financeira, reporta a Reuters, citando um comunicado do Gabinete do Procurador Geral da República.
O comunicado, desta sexta-feira, 5,confirma que o processo criminal foi aberto, em fevereiro deste ano, “por suspeita de lavagem de dinheiro em conexão com a concessão de empréstimos a empresas estatais em Moçambique” e que o procedimento é “conduzido contra pessoas desconhecidas".
O Credit Suisse disponibilizou parte do dinheiro dos empréstimos garantidos pelo governo em 2013 para iniciativas, entre outros, de proteção costeira, e pesca de atum, que não foram materializadas.
Centenas de milhões de dólares foram desviados num esquema envolvendo antigos banqueiros do Credit Suisse, fornecedores de equipamento naval e de segurança, ex-membros do governo moçambicano e intermediários.
A Procuradoria Suíça diz que faz esta investigação após ter recebido “vários relatórios de atividades suspeitas” das autoridades que controlam a lavagem de dinheiro, além de um pedido de assistência jurídica de Moçambique e uma queixa criminal.
Tal como reporta a Reuters, os procuradores suíços dizem que o resultado do processo aberto continua incerto, e o Credit Suisse disse que coopera com todas as autoridades que investigam o caso.
O escândalo das dívidas ocultas tem também processos em Nova Iorque, Londres, Joanesburgo e Maputo.