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Países pobres terão dificuldades na eventual vacinação contra o coronavírus, alertam especialistas


Presidente da Arcturus Therapeutics, Joe Payne, mostra um exemplar de uma vacina em desenvolvimento, San Diego, California, 2020.
Presidente da Arcturus Therapeutics, Joe Payne, mostra um exemplar de uma vacina em desenvolvimento, San Diego, California, 2020.

Especialistas de saúde receiam que as enormes interrupções nos programas globais de imunização por causa da pandemia da Covid-19 poderão afetar o sucesso da vacinação contra o novo coronavírus, quando se tornar disponível, em grande parte de países pobres.

Reunidas na Organização Mundial da Saúde (OMS), sexta-feira, em Genebra, agências das Nações Unidas e aliança de vacinas Gavi disseram que 80 milhões de crianças em pelo menos 68 países podem estar em risco de difteria, sarampo e poliomielite, porque os esforços rotineiros de imunização foram prejudicados por restrições de viagem, atrasos na entrega e medo dos pais de sair de casa.

Citado pela Reuters, o líder da Gavi, Seth Berkley, disse que se isso continuar a atrapalhar os programas grande parte do mundo também pode não estar preparada para administrar vacinas contra a Covid-19, que estão a ser desenvolvidas por mais de 100 projetos em todo o mundo.

“Se negligenciarmos as cadeias de suprimentos e a infraestrutura de imunização que mantêm esses programas em execução, também corremos o risco de prejudicar a nossa capacidade de lançar a vacina de Covid-19, que representa nossa melhor chance de derrotar essa pandemia”, disse Berkley.

Especialistas dizem que os sistemas de saúde frágeis são afetados pela Covid-19, com um aumento de casos em partes da África e números em elevação no Brasil, onde há mais de 300 mil casos registados e mais de 20 mil mortes.

No encontro, o principal especialista em emergências da OMS, Mike Ryan, disse que “a América do Sul se tornou um novo epicentro da doença”.

Ryan disse que a decisão do governo brasileiro sobre o uso de hidroxicloroquina contra a Covid-19 vai contra as orientações da OMS para aguardar os resultados dos testes, uma vez que o medicamento apresenta riscos cardíacos letais e permanece não comprovado.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na mesma conferência, não abordou as mais recentes exigências dos EUA de que a sua organização comece imediatamente a investigar a fonte do coronavírus e a sua resposta à pandemia.

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