A resposta à calamidades naturais deve ter “ênfase nas ações de desenvolvimento de resiliência e previsão,” diz o estudo “Aprendendo com o Ciclone Idai e Ciclone Kenneth de 2019”.
Os dois ciclones devastaram o centro e norte de Moçambique.
O estudo da Zurich Flood Resillience Alliance e realizado pelo Instituto Internacional de Transição Social e Ambiental (ISET-International) argumenta que o investimento na resiliência e previsão pode ajudar na recuperação “e evitar danos e perda de todo.”
No entanto, os autores notam que a abordagem que defendem não tem o devido destaque e financiamento.
“Os ciclos de financiamento a curto prazo atualmente mais comuns não permitem o período de tempo a mais longo prazo necessário para uma RRD (redução do risco de desastres), resiliência e programação de desenvolvimento eficazes e sustentáveis,” lê-se no documento.
Apoio à iniciativas locais
Outro constrangimento é o facto de a resposta humanitária ser muito curta para permitir abordagens de longo prazo, daí que os autores sublinham que “é necessária uma mudança para um design mais sistemático, um envolvimento mais amplo e um financiamento durante vários anos para apoiar verdadeiramente os esforços de RRD e resiliência à escala”.
Para mudar o cenário, os autores do estudo recomendam os doadores a apoiar as iniciativas locais de “incorporar a RRD e preparação em planos de recuperação e reconstrução, fornecendo apoio técnico e financeiro às iniciativas nacionais.”
Os ciclones Idai e Kenneth provocaram a morte de mais de 600 pessoas e a destruição de inúmeras infraestruturas, particularmente nas províncias de Sofala e Cabo Delgado.
Nos dois pontos mais atingidos, milhares de pessoas ainda não recuperaram do impacto e continuam dependentes de ajuda. A materialização das promessas de chega aos poucos.
No Malawi e Zimbabwe, o ciclone Idai provocou a morte de cerca de 700 pessoas.