O ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro, anunciou nesta sexta-feira, 24, a saída do Governo, depois do Presidente Jair Brasileiro ter demitido na madrugada o director-geral da Polícia Federal.
Numa declareação à imprensa, o antigo juiz, que lideou a operação Lava Jato, disse não aceitar “indicação política para cargos” e relatou a insistência do Presidente em avançar com indicações políticas.
Depois de fazer um levantamento dos principais ganhos da sua gestão desde Janeiro de 2019, Sérgio Moro relatou várias conversas entre ele e o Presidente que, segundo ele, queria ter uma pessoa da sua confiança.
"O Presidente me disse mais de uma vez que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, colher relatórios de inteligência. Realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm que ser preservadas. Imaginem se durante a própria Lava Jato, o ministro, um diretor-geral, Presidente, a então Presidente Dilma, ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações sobre as investigações em andamento", revelou Moro, sublinhando que "a autonomia da Polícia Federal como um respeito à autonomia da aplicação da lei, seja a quem for isso, é um valor fundamental que temos que preservar no estado de direito”.
O ministro reiterou que "as investigações precisam ser preservadas”, reiterou Sérgio Moro que confirmou ter tido conhecimento da demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, no Diário Oficial, e reiterou que não assinou o decreto presidencial, como surge no documento.
Moro esclareceu que, ao contrário do que diz o decreto, “o director-geral da Polícia Federal não pediu a demissão”.
O ministro reiterou várias vezes o seu compromisso com o Estado de Direito e com o compromisso com o Presidente que, segundo ele, “sempre respeitei”.
Na declaração aos jornalistas, sem perguntas, Moro lembrou que não pode voltar à magistratura depois de 22 anos, que "vai arrumar" as suas coisas, descansar e procurar, depois, o que fazer.
A decisão do ainda ministro da Justiça e Segurança Pública surge depois de, contra a sua vontade e sem ter sido informado, Jair Bolsonaro ter demitido o director-geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo.
Não há ainda reação do Presidente brasileiro.