O número de casos de Coronavírus que a maioria dos países do
continente africano apresenta podem esconder uma realidade que
projecta uma incidência de infecção que escapa ao controlo das
próprias autoridades sanitárias.
Esta é, de resto, a conclusão de alguns especialistas que acompanham
com alguma preocupação, o facto do continente africano, em particular
Angola estar sem capacidade para realizar testes em massa nas
comunidades para reunir uma estatística realista sobre a dimensão
desta pandemia.
Até agora Angola conta o registo de mais de uma dezena de casos, com
dois doentes recuperados e duas mortes. A maior parte dos casos são
importados.
As autoridades criaram uma comissão interministerial, encarregue de
actualizar, diariamente, a situação da Covid-19 no pais.
A ministra da saúde revelou, na última semana, que Angola dispõe de apenas um aparelho para efectuar os testes de Coronavírus. Silvia
Lutucuta garantiu que estão a ser desenvolvidos esforços para receber
mais equipamentos.
A confirmar este facto está o reforço de mais de duzentos médicos
cubanos que vão trabalhar em todos os municípios, bem como a chegada
de dezenas de toneladas medicamentos e material de biossegurança
para os profissionais da saúde.
O governo angolano está consciente dos efeitos letais desta doença
mundial. Por essa razão continua a anunciar medidas, sobretudo
económicas, para mitigar o seu impacto junto das populações que
dependem, na sua maioria do sector informal, e em cujas comunidades é alarmante as condiçōes de saneamento básico.
O especialista angolano em saúde publica Jeremias Agostinho, chama a atenção para os casos que o continente apresenta, desde que a pandemia chegou em vários países.
Em declarações a Tv Zimbo, Jeremias Agostinho diz que só o processo de
testagem nas comunidades vai garantir a confiabilidade dos casos.