O líder da autoproclamada Juntar Militar da Renamo, Mariano Nhongo, disse, esta quarta-feira, 01, que há um plano de recrutar os guerrilheiros da Renamo, nas bases de acantonamento, para combater os insurgentes na província de Cabo Delgado.
“Ossufo (Momade) já fez sentada com a Frelimo, para levar homens da Renamo para Cabo Delgado” combater os insurgentes, acusou Mariano Nhongo em entrevista telefónica à VOA.
O antigo estratéga militar do líder histórico da Renamo disse que o plano do envio dos guerrilheiros, aquartelados nas bases do centro de Moçambique, para Cabo Delgado, foi arquitetado numa reunião militar, que envolveu o governo e a liderança da Renamo.
Um grupo de deputados, disse Nhongo, terá se deslocado à algumas bases, onde estão aquartelados os guerrilheiros no âmbito do processo de desmobilização, desarmamento e reintegração social para os alistar.
“Já organizaram homens e eu proibi. Tinham organizado três grupos para irem a Cabo Delegado” disse Nhongo.
“O que estão a exigir estes homens de Cabo Delegado? A exigência é a mesma. Nós não temos responsabilidade de ir a Cabo Delgado, aqueles são nossos amigos, porque o que eles estão a exigir é o que estamos a exigir também, por quê irmos lutar entre nós?” questionou.
Nhongo acusou o secretário-geral da Renamo, André Magibire, e os deputados José Manteiga, Alfredo Magumisse, Domingos Ngundana e (Enhumua) Gomes de estarem a liderar o plano de envio dos guerrilheiros.
Renamo refuta a acusação
“Eu não quero mais ouvir as mensagens de Ossufo (Momade) nas bases, senão vou acelerar a velocidade dos ataques” disse Nhongo.
Contactado pela VOA, o secretário-geral da Renamo, André Magibire, não confirmou e nem desmentiu o plano de envio de guerrilheiros a Cabo Delgado e limitou-se a considerar de “infundado” o pronunciamento do líder da junta militar.
“Isso que ele esta a dizer é da responsabilidade dele, da responsabilidade da (autoproclamada) Junta Militar e nós a Renamo nos distanciamos deste pronunciamento” disse André Magibire.
A autoproclamada Junta Militar da Renamo tem uma direção paralela desde Agosto e contesta a liderança do partido e quer renegociar com o Governo os acordos paz e o processo do seu desarmamento e reintegração social.