O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) diz que milhares de pessoas na província de Cabo Delgado, em Moçambique, fogem de uma recente escalada de violência e ataques brutais de grupos armados.
A agência relata que ataques recentes estão entre os mais violentos e brutais desde que grupos armados começaram a invadir e a causar estragos em Cabo Delgado, em outubro de 2017. Pelo menos, 100 mil pessoas foram deslocadas desde então e os números aumentam à medida que a carnificina aumenta.
O porta-voz do ACNUR, Andrej Mahecic, diz que a violência agora se espalhou por nove dos 16 distritos da província, eque a população e aterrorizada por grupos de homens armados.
Mahecic diz que alguns estão envolvidos no banditismo. Outros são motivados por razões oportunistas ou ideológicas. Mas todos intimidam as pessoas.
"Grupos armados têm como alvo aleatório aldeias locais e aterrorizam a população local", diz Mahecic. "Os que fogem falam de assassinatos, mutilações e torturas, casas queimadas, casas destruídas e lojas. Temos relatos de decapitações, sequestros e desaparecimento de mulheres e crianças.”
Ele não identificou nenhum dos grupos, mas o governo tem lidado com uma insurgência tida como jihadista em Cabo Delgado.
Mahecic diz que a maioria das pessoas que foge da violência deixa para trás os seus pertences.
Situação deteriora
Algumas das áreas atacadas foram devastadas pelo ciclone Kenneth, em abril passado. A situação torna a população mais dependente de ajuda.
O ACNUR diz que a situação humanitária na província deteriora rapidamente e as pessoas precisam desesperada e urgentemente de abrigo, comida, água e outra ajuda.
Perante a situação, a agência pede apoio internacional para ampliar a sua operação humanitária.
Enquanto isso, contribui com dois milhões de dólares americanos do seu fundo de reserva para atender às necessidades iniciais de muitas pessoas que não podem esperar até receber mais dinheiro.