O decreto presidencial de 7 de Novembro de 2018 que extinguiu a empresa de mecanização agrícola, (Mecanagro) e remeteu ao Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) o destino dos seus funcionários continua sem efeitos na vida dos afectados na província angolana da Huíla.
A decisão previa o pagamento dos salários em atraso, a passagem à reforma do pessoal com idade para o efeito e o enquadramento dos funcionários com idade activa, mas eles continuam à espera.
José Cruzado, um dos trabalhadores descontentes com o arrastar do problema, lamenta a situação que tem grandes repercussões na vida das famílias.
“Estamos constantemente em conexão com Luanda, mas não temos nenhuma resposta para essa questão. As pessoas estão desesperadas, estamos sem salários, somos chefes de famílias, alguns de nós têm filhos nos colégios", denunciou.
Quem também desabafou pela ausência de soluções práticas foi José Sanjika que, com nostalgia, recua no tempo para lembrar os trabalhos prestados pela agora extinta Mecanagro.
“Nós pedimos a quem de direito que revejam esta nossa situação porque não vamos pedir esta ajuda ao Ministério da Educação ou da Saúde porque nós somos da Agricultura. A Mecanagro realizou todas as campanhas agrícolas no país, nós somos Mecanagro por direito!”.
O decreto presidencial de então havia suscitado alguma satisfação entre os funcionários da extinta empresa que já tinham apelado por uma solução à incerteza que se tinha instalado na Mecanagro.