Três semanas após a aprovação da Lei sobre o Estatuto dos Antigos Presidentes da República de Angola, sem a designação emérito, a UNITA revela que o voto contra marcou o início de um protesto que se prolonga até ser conferido a Jonas Savimbi, líder fundador do partido, o estatuto de Herói Nacional.
O deputado Abílio Kamalata Numa considera que o processo de reconciliação entre os angolanos ganharia com homenagens a Savimbi e a Holden Roberto, histórico da FNLA.
O general Abílio Kamalata Numa, que fazia em Benguela a apresentação da reeditada obra literária ‘’A Resistência em Busca de Uma Nova Naçao’’, de Jonas Savimbi, explicou que a lei até não apresenta qualquer gravidade, sendo certo que alguns aspectos encontram respaldo na Constituição em vigor.
No termo de uma visita a Benguela, o deputado revelou que o problema é que a UNITA não obteve as garantias que esperava do partido no poder.
“Nós queríamos um compromisso do MPLA, assumir mesmo que estaria na disponibilidade de entregar o corpo do Dr. Savimbi ao partido. Também, nos próximos tempos, ele e Holden terem o reconhecimento de que lutaram contra o colonialismo, não foi só Agostinho Neto’’, ressalta Numa.
Mesmo sem compromissos, o partido de Isaías Samakuva volta à carga após o 23 de Agosto.
“Vamos deixar passar as eleições, depois a UNITA, como partido maduro e importante em Angola, deve assumir uma agenda em torno do seu líder, sobretudo em relação à entrega do seu corpo e reconhecimento como Herói Nacional’’, promete.
Ouvido a propósito pela VOA, o escritor e historiador Armindo Jaime acha indiferente o estatuto, mas sublinha que Savimbi e Holden merecem o devido reconhecimento.
“A meu ver, o mais importante não é se é pai da Nação ou herói, o mais importante é que se reconheça o papel importante dos outros líderes. Pena é que o nosso sistema política se reja na perspectiva de que quem ganha, ganha tudo e quem perde, perde tudo’’, sustenta o historiador, convicto de que ‘’esta fórmula não constrói’’
O livro expressa o pensamento do líder fundador do ‘’galo negro’’ em relação a Angola e ao continente africano e passa em revista a transição política entre 1974 e 78.