O Ministério Público da Guiné-Bissau vai investigar algumas direções-gerais dos Ministérios das Finanças, das Pescas e dos Transportes que apresentam indícios de práticas de crime de corrupção durante o o primeiro Governo do PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira.
Fonte da Procuradoria Geral da República revelou à VOA que o Ministério Público concluiu, na semana passada, as investigações relacionadas com os casos conhecidos como Resgate dos Bancos Comerciais, que envolve os Ministérios da Economia e das Finanças, assim como os processos ligados aos sectores das Pescas e dos Transportes.
A mesma fonte indica que, por outro lado, as diferentes Comissões de Inquéritos do Ministério Público, criadas para estes casos, já acusaram os respectivos processos, tendo remetido os mesmos ao Tribunal Regional de Bissau para efeitos de julgamento.
Até aqui, segundo a nossa fonte, as investigações, em causa, revelam o envolvimento do ex-ministro das Finanças, Geraldo Martins, dos antigos secretários de Estado das Pescas, Ildefonso Barros, e dos Transportes, João Bernardo Vieira.
Essas três figuras acusadas nesses processos, conforme informações disponíveis, sãosuspeitos de crimes de desvios de fundos públicos de 2014 a 2015.
Os suspeitos têm agora oito dias para apresentarem as respetivas impugnações contraditórias.
Findo o prazo, de acordo com a legislação, os processos passam para o juiz proceder à marcação das datas das sessões de audiências e julgamentos.
Contactada pela VOA, uma fonte junto da defesa dos visados confirma a acusação dos processos relacionados Ildefonso Barros e João Bernardo Vieira, e quanto ao Geraldo Martins, mas diz não ter conhecimento do processo contra o ex-Ministro da Economia e das Finanças.
Estes processos ganham força no momento em que o Inspetor Superior de Luta Contra Corrupção qualificou de “grave” o nível da corrupção no país e afirmou que o fenómeno está a desestruturar os órgãos de soberania tal como, “a doença do Ébola.
Francisco Benante fez estas declarações à Agência de Notícias da Guiné depois das recentes denúncias feitas pela Policia Judiciária sobre a alegada existência de uma rede que lucrava com o desvio de cheques e de medicamentos no Hospital Nacional Simão Mendes, a maior unidade hospitalar do país.