O americano Bob Dylan ganhou o Prémio Nobel da Literatura – 2016. Vozes há que contestam a distinção.
A Academia Sueca argumenta que o prémio foi atribuído em reconhecimento do facto de Dylan "criar uma nova expressão poética na tradicional canção americana".
O escritor cabo verdiano Filinto Correia e Silva concorda, mas não esconde que recebeu a notícia “a principio com alguma estranheza”.
“Mas depois com perfeita compreensão com a Academia, que tem necessidade de encarar a literatura de forma mais ampla e dinâmica,” diz o também poeta.
E continua: “Bob Dylan como bardo, como homem de cancioneiro tem muito de literato, aliás de um grande literato”.
Seu seguidor desde a infância, Correia e Silva não duvida que “as letras das canções de Bob Dylan são poesia”.
“Bob Dylan de algum modo me influenciou, sobretudo na forma particular de dedilhar”, diz o moçambicano Hortêncio Langa, cantor e escritor.
A seu ver, poucos se apercebem que as letras de Dylan são autênticos poemas. “Por serem vinculadas pela música e cantadas por várias pessoas, ficam mais vulgarizadas”, diz Langa.
Acompanhe a conversa com as duas personalidades das letras da lusofonia: