Agora que a nomeação de Donald Trump pelo Partido Republicano é uma certeza e a de Hillary Clinton pelos Democratas quase garantida, as atenções estão viradas para a votação presidencial de Novembro. As sondagens podem indicar um virtual empate entre Clinton e Trump mas no sistema eleitoral americano é Trump que tem uma tarefa mais difícil à sua frente.
Com efeito as últimas sondagens a nível nacional indicam que a diferença que existe entre os dois candidatos a nível nacional é mínima, em quase todos os casos dentro da margem de erro.
Das últimas cinco sondagens em duas, Trump tem uma vantagem de dois e três por cento. Clinton tem uma vantagem de um e três por cento em duas dessas sondagens e em apenas uma levada a cabo pela CBS e pelo New York Times goza de uma vantagem de seis por cento. A margem de erro nas sondagens é geralmente tida nos três por cento.
Mas qualquer que seja essa margem de vantagem para um ou outro candidato a verdade é que para o prognóstico de uma vitória, essas sondagens são totalmente irrelevantes.
Isto porque as eleições presidenciais americanas são decididas estado a estado. Cado estado elege de acordo com a sua população um certo número de delegados para um colégio eleitoral. Quem tem a maioria de votos nesse olégio eleitoral é quem é eleito presidente. Essa maioria é de 270 delegados.
O sistema faz com que na campanha presidencial os candidatos se concentrem naqueles estados em que o eleitorado pode votar por um ou outro, são os chamados “swing states” ou “battle ground states”.
Isto porque grande parte dos estados são considerados por um ou outro candidato como certezas. Por exemplo o estado de Nova Iorque vota tradicionalmente pelos Democratas, o mesmo acontecendo com a Califórnia.
Para um republicano pouco ou nada interessa portanto concentrar-se nesses estados. O mesmo acontece com os Democratas em estados como o Alabama ou Carolina do Sul.
Os Republicanos na verdade entram na campanha em desvantagem. Desde 1992 há 18 estados que votaram consistentemente pelos candidatos Democratas dando-lhes 242 votos no colégio eleitoral.
Caminho árduo para a vitória
Isto significa que se Hillary Clinton conseguir ganhar nesses 18 estados precisa apenas de mais vinte e oito votos para ganhar. Isso claro está pode não acontecer mas se Clinton conseguir isso e se vencer a Flórida com 29 votos no Colégio Eleitoral é eleita Presidente.
Para Donald Trump a sua luta por delegados é mais difícil, mas em eleições em que o imprevisível tem vindo a acontecer e Hillary Clinton tem uma imagem desfavorável entre o eleitorado, analistas dizem que há para ele um caminho, embora mais árduo, para a vitória
Tendo em conta a vantagem com que Clinton entra na corrida em termos de delegados possivelmente assegurado, a Flórida é portanto um desses “battle ground states”. Para além da Flórida devemos tomar atenção a estados como a Carolina do Norte, Pensilvânia, Arizona, Ohio e Virgínia.
É nesses “battle ground states” que se vão decidir as eleições presidenciais americanas. E neste momento os estados em que os candidatos e os observadores se devem concentrar são poucos - oito ou nove.
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