A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta sexta-feira, 20, que o vírus do zika detectado em Cabo Verde é do mesmo tipo que causou a epidemia no Brasil e no restante da América Latina.
Esta é a primeira vez que a presença dessa cepa do vírus é confirmada em África.
"Os resultados são motivo de preocupação porque é mais uma prova de que o surto está a espalhar-se para além da América do Sul e encontra-se às portas da África”, avisou Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para África, para quem, no entanto, “esta informação irá ajudar os países africanos a reavaliar o seu nível de risco, adaptar e aumentar a sua preparação”.
Para aquele responsável, os países africanos devem incentivar as campanhas de esclarecimento junto das mulheres grávidas e promover medidas de protecção para evitar picadas de mosquito, bem como a transmissão sexual.
A OMS adverte ainda que, além disso, os países devem aumentar a sua vigilância para a transmissão e malformações congénitas a partir das infecções do vírus zika, como a microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré.
A agência da ONU acredita que a cepa asiática do vírus chegou a Cabo Verde por meio de um viajante, tal como disse há meses a antiga ministra da Saúde do arquipélago, Cristina Fontes Lima.
Numa nota emitida hoje, a OMS reitera que a agência e seus parceiros “irão apoiar os países da região africana a intensificarem os esforços de preparação para o início de detecção, confirmação e gestão de potenciais complicações relacionadas à infecção com o vírus zika”.
Os responsáveis da OMS acreditam ainda que a resposta vai aproveitar a experiência do combate do ébola na África Ocidental no ano passado.
As autoridades cabo-verdianas informaram que até o passado dia 8 de Maio, o país registou 7.557 casos suspeitos de zika e três casos de microcefalia, embora apenas um tenha sido confirmado pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Até agora, não foi registado nenhum caso de síndrome de Guillain-Barre.