O activista angolano Luaty Beirão completa nesta segunda-feira 36 dias em greve de fome e tanto a família, como amigos e a opinião pública temem o pior.
Neste momento, tanto familiares como companheiros não cessam de pedir e esperar que Beirão suspenda a greve de fome, de modo a que possa enfrentar este processo e defender os seus ideias vivo.
“Amor, prefiro-te marido, pai e amigo a ter-te como mártir", escreveu Mónica Almeida, mulher de Luaty numa cara publicada pelo jornal português Expresso no sábado.
Numa mensagem muito clara e persuasiva, como ela mesmo diz, Almeida é peremptória: "Quero-te presente e bem vivo para que possas transmitir esses valores bem vincados à nossa pequena Luena, o nosso raio de sol, o nosso sweet life, porque sinto-me incapaz de os passar sozinha, porque não os tenho tão vincados".
Mais à frente, ela lembra a promessa de Luaty à filha quando elas nasceu: "a partir de agora a coisa mais importante da tua vida é ela".
Na sexta-feira, na página do activista no Facebook, que está a ser gerida por familiares e amigos, podia-se ler uma declaração do médido que o atende: "A partir de agora já entraste numa fase de perigoso namoro com a linha que marca a fronteira entre estabilidade aparente e o ponto de não retorno.
Posso sair daqui e assim que fechar a porta atrás de mim, entrares em crise de falência de algum orgão".
Na mesma página, um post reitera a posição de Luaty: "Eu não pedi que acelerassem o meu julgamento. Eu pedi, que cumprissem a lei e que me deixassem disfrutar da companhia da minha família, sobretudo da minha filha de dois anos, cuja convivência me foi privada subitamente há mais de 4 meses".
Failiares e advogados dizer ser urgente que o Tribunal Supremo e o Tribunal Constitucional se pronunciem sobre o pedido de habeas corpus entregue a 30 de Setembro.